A Prefeitura Municipal de João Pessoa, por
meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realizou nesta quinta-feira (30)
uma palestra sobre a prevenção de câncer de mama. O evento contou com a
participação da empresária carioca Gisella Amaral e com a médica mastologista
Cláudia Studart Leal. As palestras aconteceram no Ginásio Hermes Taurino, em
Mangabeira VII.
Gisella Amaral falou sobre sua experiência com o câncer de mama, de sua luta
contra quatro tumores, do período de longo tratamento e da cura. “Depois de
sofrer com câncer, senti que minha missão é informar e orientar as pessoas
sobre a experiência que vivi. Compartilho as informações adquiridas e o
conhecimento vivenciado na fé, porque percebo que as mulheres precisam se
conhecer melhor e, principalmente, se cuidarem mais”, disse.
A médica mastologista Cláudia Studart Leal ministrou a palestra ‘Falando sobre
a prevenção do câncer’, com informações sobre a doença, como diagnosticar, métodos
preventivos, tratamento e estatísticas. “É importante que as mulheres, além de
fazer o autoexame, procurem anualmente o médico e façam exames para cuidar com
atenção da saúde. O melhor para todos sempre é a prevenção”, informou.
No evento, a secretária de Saúde de João Pessoa, Roseana Meira, falou sobre a
importância dos exames para o diagnóstico rápido e preciso. “É importante
conhecer o que é normal nas mamas e ficar atenta para as alterações. A
assistência médica e os exames são garantidos pelo SUS. É necessário que haja a
busca sem medo e sem preconceito aos cuidados adequados, tanto para os homens,
quanto para as mulheres”, destacou.
Prevenção
– Em João Pessoa, a porta de entrada para os usuários na rede municipal de
saúde são as Unidades Básicas de Saúde (UBS), as 180 Unidades de Saúde da
Família (USF) e os Centros de Atenção Integral a Saúde (CAIS).
No primeiro momento, o atendimento especializado à saúde da mulher nas unidades
de saúde começa com exames clínicos nas mamas. A paciente é examinada por um
profissional de saúde e conduzida para fazer a mamografia. Caso haja alterações
nos exames, a usuária é encaminhada para a atenção especializada com um médico
mastologista que orientará e indicará o tratamento mais adequado.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 1.800 exames de mamografias
por mês, que podem ser feitos nos hospitais Napoleão Laureano, São Vicente de
Paula e Universitário Lauro Wanderley (HU).
Mamografia
– É uma radiografia das mamas, realizada por um equipamento chamado mamógrafo.
É feita uma compressão das mamas para visualizar pequenas alterações, o que
permite descobrir o câncer de mama em fase inicial.
É determinado por lei que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir
dos 40 anos. A Lei 11.664/2008, que entrou em vigor em 29 de abril de 2009,
reafirma o que já é estabelecido pelos princípios do Sistema Único de Saúde.
Embora tenha suscitado interpretações divergentes, o texto não altera as
recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50
aos 69 anos.
Câncer –
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o
crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. As células
que se dividem rapidamente tendem a ser muito agressivas e incontroláveis,
determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras
regiões do corpo.
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao
organismo, estando interrelacionadas. As causas externas referem-se ao meio ambiente
e aos hábitos ou costumes próprios de uma sociedade. As causas internas são, na
maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade
do organismo de se defender das agressões externas.
Câncer de Mama
– De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o
segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. A doença
corresponde a 22% de novos casos a cada ano. Se diagnosticado e tratado
oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama ainda são altas, devido
ao fato da busca tardia pelo diagnóstico ou pelo exercício da prevenção.
Segundo o Inca, a cada 100 mulheres, um homem é acometido pelo câncer de mama.
O melhor exame para detectar o nódulo em fase inicial é a mamografia e, se o
diagnóstico é feito no início da doença, a chance de cura é de 95%.
Sintomas
– Para verificar os sinais, é preciso ver se há alterações na pele que recobre
a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto
semelhante à casca de laranja. Secreção no mamilo também é um sinal de alerta.
Geralmente o sintoma do câncer palpável é o nódulo (caroço) no seio,
acompanhado ou não de dor mamária. Devem desconfiar também se surgirem nódulos palpáveis
na axila.
Fatores de risco
– Para o desenvolvimento da doença constituem os fatores de risco: a história
familiar, a menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia
(instalada após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os
30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos.
Devem ter atenção e cuidado especial as mulheres como as que usaram
contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da
medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce,
antes da primeira gravidez. A ingestão regular de álcool, mesmo que em
quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama,
assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.
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