quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Parlamentar se indigna com luta de gestores contra o piso nacional do magistério

“Não passa um pronunciamento meu nessa Câmara que eu não fale sobre a Educação. Nesse momento, presencio essa ignomínia, essa vergonha de ver diversos governadores e prefeitos gastando dinheiro para ir à Brasília para lutar contra o novo valor do piso nacional do Magistério de R$ 1.450,00. É um absurdo”, com esse desabafo, o vereador Geraldo Amorim (PDT) iniciou seu pronunciamento na sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quarta-feira (29).

Amorim ainda se disse indignado e triste com essa situação: ver homens públicos lutando contra melhorias para a área da Educação do país, sendo contra benefícios para uma categoria de suma importância para o desenvolvimento humano da população. “Sinto-me impotente e desacreditado nos homens públicos do nosso país”, comentou, e acrescentou que os gestores ainda relutam em concordar com a cessão de 33% do horário de atividades dos professores para o seu aperfeiçoamento profissional.

Em seu aparte, um dos ferrenhos defensores da categoria da educação, o vereador Benílton Lucena (PT), corroborou com os sentimentos de Amorim, e informou que o Governo Federal complementará o orçamento dos municípios que não obtiverem a receita exata para o pagamento dos servidores da Educação. Benilton ainda falou que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) já está em campanha para garantir três pontos reivindicatórios: o piso nacional da categoria; os Planos de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR's); e o emprego de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para a área da Educação.

“Existem duas categorias nesse país que são constantemente humilhadas, que são os professores e os policiais, que não recebem sequer melhores condições de trabalho, como condições psicológicas para exercer suas profissões. Não vamos avançar, nem sair do subdesenvolvimento, enquanto não se levar a sério a Educação. A China e diversos outros países já atentaram para isso e estão em pleno desenvolvimento”, disse Amorim.

Ele ainda lembrou que sempre lutou contra as drogas, mas, através da experiência adquirida com essa luta, observou que não se consegue nenhum efeito positivo se o mal não for combatido pela raiz, que está na falta de atenção e do caráter de prioridade para a Educação da população, permitindo melhores perspectivas de vida através de um processo educacional mais atrativo e eficiente. Para Amorim, só se perceberá que a educação do país está recebendo a devida atenção quando os filhos dos governadores, prefeitos e grandes homens públicos estiverem estudando nas escolas públicas.

“A sociedade precisa se mobilizar na luta por uma Educação de qualidade. Estamos em 75º lugar em relação aos índices mundiais na área de Educação; vemos jovens morrendo vítimas das drogas e do narcotráfico. A solução para os pobres desse país está na Educação, essa é a única saída. Estou em campanha, colhendo assinaturas para instituir o 'Tempo Integral' em todas as escolas públicas do município de João Pessoa”, disse Amorim.

Ao final do seu pronunciamento, Amorim afirmou que as drogas bateram nas portas do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele informou que o país gastou no último ano cerca de 3 milhões de reais em atendimentos médicos para dependentes químicos, e que foram gastos R$ 125 mil em auxílio doenças para usuários de drogas que se afastaram do trabalho devido ao vício.
CMJP

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