quarta-feira, 9 de maio de 2012

Poeta recebe homenagem em sessão solene na Câmara dos Vereadores

O escritor e poeta Mirocem Leandro das Chagas recebeu, na tarde desta quinta-feira (80), a Medalha de Honra ao Mérito Legislativo “Senador Humberto Lucena” das mãos do vereador Benilton Lucena (PT), em uma sessão solene bastante prestigiada por familiares, amigos e intelectuais ligados ao homenageado, que ocorreu no plenário da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP).

“É uma das honras mais gloriosas da minha vida, em se tratando de uma homenagem dessa magnitude, e levando em consideração a quantidade de personalidade e figuras importantes que existem em João Pessoa”. Essa foi a avaliação inicial que o poeta fez ao ser questionado sobre o que achava da homenagem que o vereador Benilton e a Câmara estavam lhe outorgando. Mirocem Leandro fez questão de ressaltar que venceu sozinho na vida, buscando sempre seu espaço através das leituras e do conhecimento, sem o empurrãozinho da sociedade. “Venci na vida sem a ajuda de ninguém, com muito sofrimento e superando todas as adversidades”, contou.

O poeta não esconde sua paixão e amor pela cidade de João Pessoa. “Nessa cidade foi onde eu nasci, cresci e consegui, com muita luta e dedicação, realizar meus sonhos, formar uma família e vencer na vida. Este é o lugar onde eu me criei e guardo as lembranças da infância e juventude”, afirmou. Mirocem disse não ter dúvidas de que sua história de vida vem servindo, e vai continuar servindo, de exemplo para os meninos e meninas, jovens e adultos que, segundo ele, “ainda não têm um rumo na vida, não tem uma profissão e acham que as coisas são fáceis e podem cair do céu sem nenhum esforço, empenho e garra de vencer”.

O propositor da homenagem, Benilton Lucena, disse também não ter dúvidas de que a vida de Mirocem é um grande exemplo para os garotos de famílias pobres e humildes que tem pouca oportunidade. O parlamentar destacou que o escritor e poeta, apesar de ser de origem muito simples, nunca desanimou e nem desistiu de lutar por seu espaço e por uma qualidade de vida bem melhor. “Ele passou enormes dificuldades, sofrimento, mas mesmo assim, nunca se abalou nem procurou caminhos obscuros para melhorar de vida. Buscou sempre fazer o correto e aprender através da leitura e do conhecimento”, comentou o vereador.

Benilton considerou que, por tudo isso, a homenagem a Mirocem é muito merecida e justa, pelo que ele passou e pelos relevantes serviços prestados à cultura pessoense, com suas poesias e crônicas, publicadas em vários veículos de comunicação da cidade.

Entre os presentes na sessão, a esposa do escritor, Benigna Carvalho das Chagas; Maria Madalena Nóbrega Espínele (representando a família); Sebastião Antônio do Nascimento (presidente da Associação dos Marçons); Edgar Florêncio da Silva (conselheiro do Senac da Fecomércio); Nilton Cosme Pereira (amigo do homenageado); e Moacir de Lima Ribeiro (amigo de infância do homenageado).

Trajetória

Filho de Francisco Leandro das Chagas e Maria Fernandes das Chagas, Mirocem nasceu em João Pessoa no dia 18 de agosto de 1942, e passou quase toda a sua infância e juventude na casa dos pais, na Av. Sergipe, Bairro dos Estados. De origem bastante humilde, o homenageado perdeu o pai aos 12 anos, e ajudava a família carregando lata d´água no ombro, limpando quintais nas redondezas, trabalhando em oficinas mecânicas e enxugando carros em postos de gasolina.

Durante essa fase, ao perambular pelas ruas em busca de trabalho ou esperando o tempo passar, Mirocem Leandro das Chagas recolhia páginas de livros e revistas, jogadas nas ruas, para ler embaixo das árvores que ficam no Parque Sólon de Lucena (Lagoa). Através da leitura, mesmo que precária, ele conseguiu obter conhecimento e sabedoria.

O menino esperto e inteligente ganhou a admiração dos senhores João Santa Cruz, Mário Porto, Júlio Rique, Roberto Pessoa, Luiz de Oliveira Lima, Carlos Neves da Franca, que lhe deram outros livros e lhe mostraram também leituras para aperfeiçoar, ainda mais, seu aprendizado.

Mirocem casou aos 20 anos com Benigna Carvalho das Chagas que, na época, tinha apenas 14 anos. Em 1985, cursou o supletivo do segundo grau; fez em seguida o curso de corretor de imóveis; foi chefe de escoteiro; presidiu o Lions Clube; é marçom; escreveu crônicas para os jornais Diário de Boa Vista, O Nordeste, O Norte e o Correio da Paraíba; é escritor; é poeta e já declamou, inclusive, poesias diárias na rádio Tabajara. O homenageado cursou o Décimo Quarto Ciclo de Estudos de Políticas e Estratégia da Escola Superior de Guerra, foi delegado do CRECI-AM, na cidade de Manaus, e em Boa Vista lançou quatro livros, entre eles, o “Os Impactos e Confrontações, com as mãos para o Céu”, “A Borboleta de Luz”, e a obra mais recente: “Tobias – O homem que plantava flores”.

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