quarta-feira, 23 de maio de 2012

Comissão de Educação realiza audiência para debater violência nas escolas


Relatório com reclamações será encaminhado a Secretaria

A Comissão de Educação da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou nesta terça-feira (22), uma audiência pública para debater o problema da violência nas escolas públicas da rede municipal e estadual da Capital. Professores, representantes da Segurança Pública do Estado e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB - seccional Paraíba) estiverem presentes para opinar sobre o assunto. Ficou estabelecida, ao final da audiência, a elaboração de um relatório com as opiniões e reclamações dos participantes, que será encaminhado à Secretaria Municipal de Educação.
A audiência pública foi proposta pelos membros da Comissão, que se reúne quinzenalmente para apreciar e discutir matérias referentes à educação e ao ensino público. Os trabalhos foram presididos e secretariados pelos vereadores Geraldo Amorim (PDT) e Pastor Edmilson, respectivamente.
Na tribuna, Geraldo Amorim voltou a defender a instalação de portas de emergência nas escolas públicas municipais para que os alunos, em qualquer situação de risco de vida, possam sair do local com mais facilidade e rapidez. Ele lamentou que a Prefeitura tenha alegado que a implantação desta saída de emergência iria gerar gastos. “Vou continuar com essa e outras reivindicações”, afirmou.
Amorim propôs ainda a construção de mais creches no Município, como determina a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Na ocasião, ele defendeu também a ampliação das escolas de tempo integral e fez um alerta: “ninguém quer mais ser professor de escola pública com medo da violência”.
Já o Pastor Edmilson lembrou a sua sessão, realizada há poucos dias, que abordou a violência contra a criança. Para ele, a falta de Deus no coração do seio da família tem sido o fator crucial para que as crianças e adolescentes se envolvam com drogas e com todo o tipo de violência nas escolas. O parlamentar ressaltou que, neste caso, o professor muitas vezes faz o papel dos pais e abre mão do trabalho pedagógico.
Edmilson classificou como fruto da violência na escola, em todos os sentidos, a falta de amor, orientação e, acima de tudo, boa estrutura familiar.
A audiência pública contou ainda com a participação do Coronel Américo, representando o Comando Geral da PM e a Secretaria de Segurança Pública; do advogado José Marquez da Silva, integrante da Comissão da OAB da Paraíba de Combate à Violência; das professoras Maria do Socorro Albuquerque (diretora da Escola Municipal Damásio Barbosa da Franca, no Varadouro) e Graça Martins, que também é psicóloga do Ensino Fundamental e Médio Gonçalves, do bairro do Cristo; além de Deusdete Queiroga, do Sindicato da Polícia Federal.
Outras avaliações
Coronel Américo destacou como ação da PM as palestras, que são ministradas nas salas de aulas das escolas públicas, sobre os males que as drogas causam à saúde e à família. “É importante que todos, sem exceção, se unam para combater as drogas e a violência. A polícia militar tem feito sua parte. São problemas que precisam ser vistos de outro ângulo”, observou.
Deusdete avaliou que há uma omissão do Poder Público com relação ao problema. Segundo ele, nenhuma campanha educativa vai funcionar se a família e a sociedade não derem as mãos. “Não podemos ficar em silêncio. Temos que sair hoje daqui com a consciência de que temos que lutar juntos”, ressaltou.
Maria do Socorro e Graça Martins foram unânimes em afirmar que os alunos não respeitam mais os professores, e que os pais muitas vezes não estão preocupados com o comportamento dos filhos nas salas de aula. “Os pais deveriam ter uma participação maior nas escolas. Tem que haver uma parceria neste sentido”, cobrou Socorro. Graça entende que esse tipo de problema acontece também nas escolas públicas estaduais, e deve ser discutido com mais seriedade.
O advogado José Marques cobrou do Governo ações eficazes para combater todo tipo de violência nas escolas, como o consumo de drogas, e brigas envolvendo alunos. Ele elogiou a proposta de Amorim de instalação de portas de emergência nas escolas, e acrescentou que outras alternativas poderão ser criadas para tentar solucionar o problema.


Nenhum comentário:

Postar um comentário