quinta-feira, 30 de junho de 2011

Dicas de Marketing Politico da Roma Consultoria

Ouvir e, principalmente, falar, são as marcas registradas da atividade política

Discursar na tribuna ou no palanque, liderar uma reunião com assessores, trocar idéias com colegas, conceder entrevistas, conversar com eleitores. A cada dia, você vive pelo menos uma destas situações. Para se sair bem em todas elas, aprenda a dominar sua retórica. Adestrar-se com cursos e livros de oratória, treinar a voz, cuidar dela, aprender os "truques" que funcionam, adquirir a capacidade de dramatização, dominar a arte do discurso são algumas medidas para afiar sua oratória. Porque o político deve falar - e falar muito bem. Afinal, esta é uma atribuição do seu "ofício" e você precisa ter o controle dela. Não há a menor dúvida de que a oratória conquista, convence, persuade. Tampouco que a argumentação consistente e sólida se impõe. Menos ainda que a dramatização oportuna e apropriada comove e sensibiliza: o uso habilidoso das palavras tem um enorme poder de sedução.


A questão da valorização da palavra torna-se, então, de suma importância para o político. Mas esta atenção especial não reside apenas em falar ou não, mas, sim nas variáveis do ato: a oportunidade escolhida, o assunto, a duração, os interlocutores, a forma. O inverso também vale: sobre o quê, quando e com quem não falar. O governante que se encerra num mutismo quase absoluto, se isola, perde poder e torna-se irrelevante. Por outro lado, aquele que fala sempre - e a todo o momento - torna-se banal, desimportante e também perde autoridade e relevância. Assim, entre um e outro extremo, sempre que o temperamento e as circunstâncias permitirem, você deve se posicionar mais próximo do polo da reserva, da discrição e do silêncio, do que do polo oposto - o da loquacidade.
A prudência também vale ouro. O governante deve ser cauteloso ao conversar com rivais e adversários, reservado com seus aliados e digno com os demais. Não esqueça que a oportunidade de dizer uma palavra, emitir um julgamento ou opinar sobre algo sempre existe. Mas apagar o que foi dito, lograr que seja esquecido ou impedir a propagação de um pronunciamento não é possível. E lembre sempre que "o silêncio não comete erros, somente a palavra os comete". No jogo do poder, como reiteradamente tem sido exposto, as aparências são tão ou mais importantes que a realidade. É um jogo de interesses e seus participantes querem ganhar. Para tanto, cada um desenvolve sua própria estratégia que contempla manobras aparentes e outras - as mais importantes - visível apenas para quem a opera.
Neste jogo, todos estão sempre buscando descobrir a estratégia de seus rivais e adversários. Todos estão envolvidos na tarefa de decodificar o significado dos comportamentos (parte visível) para deduzir o curso de ação e seus objetivos, diante dos quais os oponentes tentam vencer (parte invisível). Ora, quem fala mais do que precisa e deve, facilita a descoberta de sua tática. Se você controla suas palavras, inviabiliza a revelação de seu plano e de suas intenções.
O poder está sempre cercado por uma aura de mistério, que depende, diretamente, da dificuldade em acessá-lo. Nunca é demais relembrar um discurso de De Gaulle sobre a mística da liderança, quando ele fala - por conhecimento e experiência próprios - sobre o "mistério" que o líder deve saber cultivar:
"Em primeiro lugar, e acima de tudo, não pode haver prestígio sem mistério, pois a familiaridade produz o desprezo. Todas as religiões possuem o seu 'santo dos santos' e nenhum homem é um herói para o seu 'empregado de quarto'. Os projetos, o comportamento, as operações mentais de um líder, devem possuir sempre um 'algo' que os outros não conseguem entender, que os intriga e que os agita, atraindo a sua atenção. Esta atitude de reserva exige, como uma regra, uma economia correspondente de palavras e gestos. Nada reforça mais a autoridade que o silêncio. O silêncio é a maior virtude do forte, o refúgio do fraco, a modéstia do orgulhoso, o orgulho do humilde, a prudência do sábio e o bom senso dos tolos."
"Uma economia correspondente de palavras e gestos" é o que De Gaulle define como regra para o líder que quiser manter sua reserva, a "marca do talento", segundo Gracián. O governante deve conter profundidades inacessíveis, nas quais ele esconda seus segredos e planos. A discrição, que implica "economia correspondente de palavras e gestos", provém do autocontrole. Por isso, a reserva é uma conquista pessoal.

Como ser reservado?

Em primeiro lugar: evite falar sobre si. Se o fizer, você estará exercitando a vaidade ou a autocrítica, coisas que tendem a ser interpretadas como um sinal de fraqueza.


Em segundo lugar: não é prudente falar de ou sobre quem estiver presente na conversa. Agindo assim, você será rotulado como adulador ou hostil.
Em terceiro lugar: forneça respostas curtas, sempre seguidas de silêncios, e evite ser demasiado explícito. Isto deixará seus interlocutores desconfortáveis. Então, eles vão tentar adivinhar o significado do que você disse. A maioria das pessoas dá pouco valor ao que é compreendido facilmente. As coisas precisam ser difíceis, intrigantes e vagas. É, novamente, o jogo das aparências. Quanto menos você falar - e, quando falar, demonstrar reserva - mais será reputado como poderoso.
Em quarto lugar: saiba ser evasivo, sem ser descortês. Assim, o político prudente livra-se de muitas dificuldades. Ao mudar de assunto, ao usar o humor, ao relatar um fato, você evita, com elegância, o assunto inconveniente. Se você for reservado, as pessoas não se sentirão livres para retornar ao assunto.
Em quinto lugar: não converse por muito tempo com as mesmas pessoas. O grupo que se formar em torno de você tende a produzir uma intimidade perigosa, uma diluição de sua imagem de importância, podendo chegar ao limite de uma camaradagem bem-intencionada, mas demasiado espontânea.
Em sexto lugar: muito cuidado com piadas e com o sarcasmo. Isto comprometer sua imagem de seriedade e reserva. Além do quê, se forem inapropriadas, deixarão você parecendo inoportuno e sem graça. Jamais uma irreverência elegante e discreta com o sarcasmo cortante e a piada ou trocadilho infeliz.
Por fim, ao falar pouco, você acumulará "munição" para futuras intervenções, sempre que forem necessárias, preservando seu mistério, poder e sua utilidade. Mesmo no que se refere ao conhecimento, contenha alguma parte dele. Deixe que os outros falem, revelem suas posições e idéias. Apenas escutando, você poderá obter alguma informação que não possuía, além de reunir condições para reavaliar suas opiniões, sem que ninguém possa saber o que se passa em sua cabeça.
No momento oportuno, tendo ouvido os demais, se julgar apropriado, fale com a autoridade de quem sabe o que os outros pensam e preparou o que vai dizer. Além disso, se guardou conhecimento ou informação, você jamais será pego desprevenido. Diante de uma situação inesperada, quando você não pode deixar de opinar, você contará com aquela "folga" para usar na hora certa. Por todas essas razões, seja prudente e valorize sua palavra. Cultive a reserva, mantenha uma distância educada e cortês, seja sempre oportuno e apropriado ao falar e ao agir, e observe, em volta de si, como a maioria das pessoas - inclusive os políticos - banalizam-se e desprestigiam-se por não seguir tais regras.


Roma Consultoria Política

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