quarta-feira, 27 de março de 2013

Primeira Semana Santa para um Papa que já conquistou seus fiéis

Em sua primeira Semana Santa como Papa, Francisco terá mais uma oportunidade de mostrar sua proximidade com os fiéis a partir desta quinta-feira (28) até domingo (31), participando do lava-pés em uma prisão romana à benção "Urbi et Orbi".

A multidão, tradicionalmente numerosa no Vaticano nesta que é uma das mais importantes celebrações da vida cristã, deverá ser ainda maior este ano, atraída pelo novo Papa que já conquistou seus fiéis com gestos espontâneos e estilo simples que marcaram as primeiras semanas de seu pontificado.

Francisco surpreenderá já na quinta-feira: o tradicional "lava-pés" em ocasião da Quinta-feira Santa não será celebrado na Basílica se São João de Latrão, mas em um centro de detenção para menores em Casal del Marmo, na periferia de Roma.
Sinal da importância que o Papa jesuíta dá à proximidade com os mais marginalizados, Francisco celebrará a missa, lavará os pés e se reunirá com uma dezena de jovens detidos. Com este gesto, o Papa lembra o de Jesus, que lavou os pés de seus discípulos em sinal de humildade.

O ex-arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio já tinha o hábito de celebrar este momento em uma prisão, hospital ou hospício para os pobres e marginalizados.
Em uma coletiva de imprensa, o porta-voz da Santa Sé, o padre Lombardi, não especificou se o Papa lavará os pés de jovens mulheres. Lavar os pés de mulheres, o que já foi feito pelo cardeal Bergoglio em Buenos Aires, pode ser mal interpretado pelos tradicionalistas.

Segundo a "vontade expressa" de Francisco, a cerimônia será "extremamente simples" e a missa não será exibida ao vivo.
Na mesma manhã, na Basílica de São Pedro, celebrará a missa crismal para centenas de padres. Será uma oportunidade para firmar os objetivos de seu pontificado. No ano passado, Bento XVI fez declarações sobre as divisões internas na Igreja durante esta mesma missa.

Outro momento significativo da Semana pascal, na sexta-feira, Francisco, após recitar no início da tarde a Paixão de Cristo na basílica do Vaticano, presidirá à noite a "Via Crucis" no Coliseu.

Enquanto que, no ano passado, Bento XVI, muito cansado e sentando no anfiteatro, ouvia as meditações de um casal italiano sobre os problemas da família contemporânea, Jorge Bergoglio deve participar da procissão.

Ele poderá carregar a cruz de madeira por pelo menos uma das 14 estações do percurso que representa o Calvário em Jerusalém, da condenação à morte de Jesus.
Antes mesmo de sua renúncia, as meditações foram encomendadas por Bento XVI ao Patriarca Maronita libanês Bechara Rai, que pediu a dois jovens libaneses para escrevê-las.

Essa é uma forma de ressaltar o drama do Oriente Médio, com a guerra na Síria, a difícil coexistência entre muçulmanos e cristãos, a ascensão do Islamismo e a fuga de muitos cristãos para o Ocidente.

Essas meditações devem se concentrar na defesa da vida, ameaçada por intolerância, guerras, opressão, mas também, de acordo com a Igreja, pelas leis (aborto e eutanásia) que não defendem de forma suficiente os direitos dos mais fracos. Essas concepções são defendidas por Francisco.

Sábado, Francisco continuará sua maratona desgastante com a Vigília Pascal, que celebra na noite de Páscoa a Ressurreição de Jesus. Um momento solene, pontuado por ritos milenares como as bênçãos da água e do fogo. Também é tradição que o Papa batize muitos adultos.

Domingo, dia das grandes multidões na Praça São Pedro, Francisco celebrará a missa de Páscoa antes de realizar da varanda central da basílica a bênção "Urbi et Orbi" ("à cidade e ao mundo").

No ano passado, o Papa Bento XVI desejou boa Páscoa em 65 línguas, do aramaico, língua falada por Jesus, ao kirundi, língua do Burundi.

Fonte: AFP

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