Denunciar casos de preconceito racial e
contar a própria história sobre como enfrentar o racismo é o que a população
poderá fazer por meio da campanha de Igualdade Racial lançada nas redes
sociais, nesta quarta-feira (20), pelo Governo do Estado, por meio da
Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana.
Com o slogan “Racismo, um crime que se sente na
pele”, o lançamento aconteceu no Dia Nacional da Consciência Negra, durante
café da manhã, às 10h, na sede da Faculdade de Direito, no Centro de João
Pessoa, com a participação de representantes do movimento negro, jornalistas,
artistas e do Conselho Estadual de Igualdade Racial (Cepir-PB).
A secretária de Comunicação do Estado, Estela
Bezerra, disse que o objetivo da campanha é despertar a reflexão sobre o tema,
fazendo um alerta contra o preconceito, a discriminação e a violência. “Teremos
três etapas nas redes sociais – a primeira onde a população poder enviar fotos
com a camisa da campanha, vídeos e depoimentos; a segunda com posts sem fotos
com depoimentos sobre situações onde viveu o preconceito; e a terceira com
posts com informações sobre indicadores e dados envolvendo a questão racial na
Paraíba. Além disso, teremos veiculação de mensagens no rádio”, explica.
O secretário de Cultura, Chico César, que esteve
presente no evento, é uma das personalidades que conta como vivencia o racismo
no dia a dia. Ele gravou mensagens que serão veiculadas nas principais rádios
do Estado. “Nesta campanha conto momentos de preconceitos que vivenciei e que
ainda vivo. É falando que vamos enfrentando e conquistando direitos”, disse
Chico César.
A secretária da Mulher e da Diversidade Humana,
Gilberta Soares, disse que a ideia do Governo de visibilizar o racismo numa
campanha de mídia é fazer uma reflexão sobre a existência do preconceito e seus
danos, além de assumir o compromisso de trabalhar em favor da promoção de
políticas públicas de Igualdade Racial. “Estamos fazendo um exercício e correndo
contra o tempo, pois nossa dívida racial é imensa. Os índices revelam como o
racismo contra jovens negros e as mulheres negras é mais forte e brutal”,
observou.
Segundo ela, o Governo vem pactuando ações para a
população negra nos programas Brasil Quilombola e no Juventude Viva, este
último atuando direto no enfrentamento dos índices de violência e homicídios de
jovens negros no Estado em seis municípios, além de desenvolver ações com a
Secretaria Estadual de Saúde, no Comitê Estadual de Saúde Integral da População
Negra, que atua nos casos de anemia falciforme e outras doenças de maior
prevalência da população negra.
A professora da UFPB, Solange Rocha, afirma que o
reconhecimento do racismo pelo Governo do Estado significa um avanço, pois
existe uma forte negação física em relação à cor da pele da população. “Uma
campanha é um dos pontos para efetivação de políticas públicas, mas ainda
precisamos avançar na questão da educação, segurança publica e saúde para a
população negra, que hoje representa 58,39% da população paraibana,” afirma.
A ouvidora geral do Estado, Tânia Brito, disse que
na esfera institucional a Ouvidoria receberá denúncia de racismo. “Na Ouvidoria
temos esta preocupação e vamos nos integrar na campanha”, afirmou.
O gerente executivo da Igualdade Racial, Roberto
Silva, afirmou que a campanha desmistifica uma cultura não racista no Estado.
“Por isto, teremos uma grande interatividade com o público sobre o racismo. É
um mecanismo de discussão e até de recebimento de denúncias que serão encaminhadas
para delegacias”, disse.
Secom/PB
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