O Governo do Estado, por meio da
Secretaria da Saúde, inicia nesta sexta-feira (23) a programação para
lembrar o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Às 9h haverá uma palestra no
Colégio Lyceu Paraibano com a participação de diretores das escolas e coordenadores do Programa de Saúde na Escola
(PSE).
A palestra será proferida pelo
pneumologista Sebastião Costa. De acordo com a chefe do Núcleo de Doenças e
Agravos Não Transmissíveis da SES, Gerlane Carvalho de Oliveira, o objetivo é
sensibilizar os educadores a trabalharem a temática do tabagismo em sala de
aula. “Temos que fazer a prevenção na adolescência, pois é nesta faixa etária
que se inicia o uso do cigarro”, justificou Gerlane Carvalho. De acordo com ela, a ideia é mostrar para os
jovens os benefícios de uma vida saudável que eles podem ter sem o uso do
cigarro.
Ainda como parte da programação,
no dia 29, Dia Nacional de Combate ao Fumo, acontecerá uma grande mobilização
no Parque Solon de Lucena. Durante a
manhã, a partir das 8h, a Secretaria de Estado da Saúde pretende reunir cerca
de 3 mil estudantes de oito escolas
pública da rede estadual para um grande abraço na Lagoa. As escolas que vão
participar desta ação são: Lyceu Paraibano,
Instituto de Educação da Paraíba (IEP), Argentina Pereira Gomes,
Olivina Olívia, Úrsula
Lianza, professor Luiz Gonzaga Burity,
Maria Geni de Sousa e Nicodemos Neves.
De acordo com Gerlane Carvalho,
nesse dia acontecerão dois pontos de concentração: um na descida do Lyceu
Paraibano e outro no estacionamento interno da Lagoa com a distribuição de
material educativo com a população. “O nosso objetivo, além de trabalhar a
prevenção junto aos jovens, é fazer com que eles se transformem em agentes multiplicadores
e sejam mais um parceiro na luta contra o tabagismo”, destacou.
As ações em alusão ao Dia
Nacional de Combate ao Fumo serão realizadas em parceria com a Secretaria de
Educação do Estado, Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), Planos
de Saúde, Associação Médica da Paraíba
e Sociedade de Pneumologia (seccional
Paraíba).
Dados - O tabagismo é considerado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS
estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões
de pessoas, sejam fumantes. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do
Câncer, a Paraíba possui hoje 511.480 fumantes e, destes, 99.720 estão em João Pessoa. Segundo a
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense 2012), estudo do Ministério da
Saúde (MS) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e apoio do Ministério da Educação, o percentual de adolescentes que
experimentaram cigarro caiu em 8% nas capitais, entre 2009 e 2012. O estudo é
uma das ações do Programa Saúde na Escola (PSE).
De acordo com Gerlane Carvalho,
uma série de medidas do MS tem reduzido a atratividade do cigarro, sobretudo
entre os jovens. Entre elas estão a limitação da publicidade do tabaco, proibição
de patrocínio de eventos culturais pela indústria, a inserção de imagens de
advertência sobre as consequências do tabagismo nos maços e a comercialização
de cigarros com sabor.
O uso do cigarro ainda pode
potencializar a ocorrência de câncer em outros órgãos do corpo, caso o usuário
já tenha alguma predisposição. Os hospitais de referência no Estado no combate
aos tipos de câncer relacionados ao uso do tabaco – pulmão, esôfago e laringe –
são o Napoleão Laureano, Oncoclínica e Hospital Universitário Lauro Wanderley,
em João Pessoa, e Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (Fap) e Hospital
Universitário Alcides Carneiro (HUAC), ambos em Campina Grande.
Tratamento - Em toda a Paraíba, existem hoje implantados 37 Centros
de Referência para Tratamento dos Fumantes, onde eles podem buscar apoio, de
maneira gratuita, para se livrar do vício provocado pela nicotina. O serviço é
oferecido em Unidades de Saúde da Família, em Centros de Atenção Psicossocial
(Caps), Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais), Núcleos de Apoio à Saúde da
Família (Nasf) e Centros de Saúde. Em alguns casos, os pacientes abandonam o
cigarro com menos de um mês de acompanhamento.
O tratamento nesses centros
acontece por meio de programa desenvolvido pelo Ministério da Saúde, que repassa
medicamentos ao Estado. Este, por sua vez, é responsável pela qualificação das
equipes, monitoramento dos trabalhos realizados nos centros e pelo
encaminhamento do material enviado pelo Ministério. Os municípios entram com a
administração das unidades de saúde, que vão receber os pacientes.
De acordo com Gerlane Carvalho,
ao procurar um dos centros o paciente é recebido por uma equipe
multiprofissional, com médicos, psicólogos, enfermeiros, entre outros. “Eles
passam, inicialmente, por uma avaliação clínica e começam a integrar um grupo
com, geralmente, 15 fumantes, que também querem se livrar do vício”, explicou.
Com o grupo, o paciente enfrenta
quatro sessões – comumente, uma por semana. Nelas, os fumantes trocam
informações e, sobretudo, recebem orientações de como substituir a ansiedade de
fumar. “Por meio de uma avaliação médica, é verificado se o grau de dependência
do paciente está tão avançado a ponto de ser necessário tratamento
medicamentoso. Cada caso é diferente. Existem fumantes que, na terceira sessão,
por exemplo, sem uso de medicação, conseguem abandonar o vício”, contou
Gerlane.
O uso dos medicamentos acontece
sob monitoramento da equipe do centro. As recaídas são possíveis e, quando
ocorrem, os dependentes voltam a ser acompanhados. “Mas, independentemente do
trabalho do centro, o paciente precisa querer se livrar do vício para conseguir
vencê-lo”, destacou. Em média, os centros formam um grupo a cada trimestre, mas
em cidades maiores, como João Pessoa, esta frequência é bem maior.
Secom/PB
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