Uma quadrilha de traficantes que mantinha um laboratório
de manipulação de entorpecentes no Bairro São José, em João Pessoa, foi
desarticulada através do trabalho conjunto da Polícia Civil da Paraíba – por
meio da Delegacia de Repressão ao Entorpecente da Capital – com o Grupo
Penitenciário de Operações Especiais (Gpoe) da Secretaria de Estado da
Administração Penitenciária. Nove pessoas foram presas em flagrante, entre elas
três detentos do presídio de Segurança Máxima PB-1, situado em Jacarapé, na
Capital. Um adolescente de 16 anos foi apreendido. Os resultados da operação
foram apresentados na manhã desta quinta-feira (14) na Central de Polícia, em
João Pessoa.
De acordo com o titular da DRE, Allan Murilo Terruel,
através do trabalho de repressão qualificada, a Polícia Civil descobriu a
existência do laboratório dentro de uma casa pertencente ao detento do PB-1
Veronaldo Lucindo de Arruda, 31. “Com uma pequena churrasqueira, eles aqueciam
e modificavam o crack, acrescentando bebidas alcoólicas, ureia e outros
produtos químicos para aumentar o volume da droga e, assim, potencializar os
lucros da quadrilha”, explica o delegado.
Ainda segundo Allan Murilo, a ação foi desencadeada
depois que os agendes da DRE descobriram que a quadrilha receberia pasta de cocaína.
“Com essa informação, cerca de 20 agentes da DRE realizaram a operação dentro
do bairro e prenderam, em flagrante, Ivonete Maria da Silva, 42”, detalha
Terruel. Na ação desencadeada dentro do Bairro São José foram apreendidos cerca
de 4 kg de maconha prensada, além de 3,5kg de crack.
Com essa prisão, os policiais chegaram aos demais
integrantes da quadrinha que exerciam diversas funções dentro da organização
criminosa, como a venda e manipulação da droga e a segurança do grupo. Um dos
seguranças da quadrilha, Alisson Júnior da Silva, 18, foi encontrado com uma
pistola 380. O jovem é apontado como o autor do assassinato de uma mulher
ocorrido no último dia 6 de fevereiro, no Bairro São José. Além dele, foram
presos Raissa Santos Silva, 21; Cleonir Chaves da Silva, 25; Nirleide do
Nascimento, 25; e Carlos Eduardo Santana Silva, 18.
Repressão - As investigações revelaram que a ação da quadrilha era
comanda pelo detento José Quirino da Silva, 29. “Com a prisão do grupo no
Bairro São José e a identificação dos líderes, recebemos o apoio da Secretaria
da Administração Penitenciária e desencadeamos a segunda parte da operação que
foi a responsabilização penal, com a prisão em flagrante dos três apenados, e a
realização de uma varredura dentro do PB-1 e do Presídio do Roger”, detalhou o
gerente de Polícia Civil Metropolitana, Wagner Dorta.
Durante a operação dentro dos presídios foram encontrados
diversos aparelhos de celular, carregadores, armas brancas e algumas
ferramentas fabricadas com a intenção de serrar as grades do presídio. Um túnel
que seria usado para fuga em massa também foi localizado. “Essa parceria
estabelecida entre a Polícia e a Administração Penitenciária vai continuar para
a repressão da criminalidade. Juntos, vamos antecipar a repressão a qualquer
ação delituosa como a fuga que estava sendo planejada”, afirmou o secretário da
Administração Penitenciária, Walber Virgulino.
O secretário Executivo da Segurança e Defesa Social, Jean
Francisco Nunes, ressaltou que a Paraíba tem conseguido êxito no combate à
criminalidade por meio do trabalho integrado das polícias com os demais órgãos
de Segurança Pública do Estado. “No ano passado, conseguimos uma redução
significativa dos crimes contra a vida por meio de ações conjuntas. Não se
combate a criminalidade isoladamente, mas de maneira sistêmica e estabelecemos
com a Administração Penitenciária uma grande parceria que vai prosseguir”,
afirmou.
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