O primeiro
deputado a se posicionar foi Trocolli Júnior do PMDB, que criticou o fato da
seca está atingindo os paraibanos, dizimando rebanhos, acabando com lavouras e
até pondo fim a reservatórios de água, sem nenhum posicionamento firme e a ação
estruturante das autoridades para minimizar o problema.
O deputado
ressaltou que, ao contrário dos governos Estadual e Federal, a Casa de Epitácio
Pessoa vem discutindo, desde o ano passado, a questão. “Estamos fazendo a
nossa parte como legislativo: fomos ouvir a população durante a Caravana da
Seca, disseminamos o clamor da população e cobramos medidas durante a campanha
SOS Seca”, disse.
Trocolli
acrescentou que em dezembro do ano passado, ao voltarem da Caravana, os
deputados abriram mão das suas emendas individuais e aprovaram uma emenda
coletiva no valor de cerca de R$ 109 milhões para investimento em ações que
beneficiem a população que sofre com a seca.
“Na semana
passada, vi que o Governo do Estado começou a utilizar esse recurso que
disponibilizamos. O Executivo liberou através de decreto, publicado no Diário
Oficial do último dia 20, uma verba de quase R$ 1,4 milhão para a prevenção, o
socorro e a reparação de calamidade pública. Louvável a iniciativa, mas o
montante deveria ser maior, tendo em vista que destinamos R$ 109 milhões para
minimizar o problema e o sofrimento do povo”, afirmou.
Trocolli disse também que as ações anunciadas pelo Governo do Estado, a exemplo de distribuição de 4,5 milhões de raquetes de Palma Resistente para 20 mil produtores rurais e a distribuição de 29 toneladas de ração para produtores de 120 municípios são insuficientes.
“Isso é
insignificante, não dá para matar a fome de rebanho algum. não atende nem
emergencialmente a necessidade do pequeno rebanho que ainda temos. Só quem não
entende de meio rural anuncia isso como grande feito, como ação emergencial de
convivência com a seca. Já sobre a palma, se o programa for cumprido, como o prometido,
teremos 225 raquetes por produtor, que não é um número muito significante. Não
da para plantar uma área do tamanho deste plenário”, lamentou.
“Na semana
passada, fui surpreendido com outra matéria da Secom que dizia o seguinte: ‘Os
técnicos e as perfuratrizes da Companhia de Desenvolvimento dos Recursos
Minerais (CDRM) iniciam nesta semana mais uma etapa de perfuração de poços em
diversos municípios paraibanos. Este ano, as máquinas perfuraram 36 poços e
cinco já foram instalados com catavento e as respectivas bombas para a captação
de água’. Eu teria vergonha de anunciar como grande trabalho a perfuração de 36
poços”, acrescentou.
Trócolli
finalizou pedindo a adesão de todos os paraibanos a campanha SOS Seca Paraíba,
que está sendo realizada pela ALPB desde final do ano passado com objetivo de
cobrar soluções urgentes e duradouras para amenizar a situação de calamidade
enfrentada pela população em decorrência da estiagem. Nesta semana, a coleta de
assinaturas para o abaixo-assinado de apoio a Campanha será encerrada. “Assinem
o abaixo assinado para que possamos cobrar do Executivo ações e investimentos
para minimizar todo o sofrimento do nosso povo”, pediu.
Apartes - O
pronunciamento de Trocolli Júnior foi aparteado por diversos deputados, a
exemplo de Carlos Batinga (PSC), Anísio Maia (PT), Gervásio Maia (PMDB), José
Aldemir (PEN), Wilson Braga (PEN) e Frei Anastácio (PT).
Gervásio
Filho destacou que a seca esta trazendo o ensinamento de que a Paraíba não está
preparada para momentos como este, com o governo do Estado omisso diante do
problema. “O gado está morrendo, o rebanho está sendo dizimado e fica o
ensinamento que as autoridades precisam agir e preparar a Paraíba para momentos
como este. Por onde ando na Paraíba o discurso é um só, todo mundo diz que o
Governo do Estado não está sequer colocando em execução os programas de distribuição
de ração animal”, afirmou.
Gervásio
fez questão de ressaltar o trabalho dos deputados na Caravana da Seca, que,
segundo ele, “apresentou soluções, a exemplo de construção de açudes,
barragens, recuperação de poço, para preparar o Estado para o próximo e para o
futuro contra os efeitos da estiagem prolongada”.
Já o
deputado Frei Anastácio disse que o Governo do Estado precisa executar
programas estruturantes para se combater o problema e não divulgar ações
fictícias na mídia, para enganar a opinião pública.
ALPB
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