quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A triste tarefa de dizer adeus

É triste dizer adeus, mas, às vezes é necessário. Não podemos prender a nós definitivamente as pessoas que amamos para suprir nossas necessidades de afeto. O amor que ama aprende a libertar.
Procuramos ganhar tempo para tudo na vida. Mas, a vida quando chega ao próprio limite, despede-se e é esse último adeus que é difícil de compreender  e, mais ainda, aceitar.
Possuimos um conceito errado do amor. Amar seria no seu total significado, colocar a felicidade do outro acima de tudo, mas na realidade é a nossa felicidade que levamos em consideração. Queremos os que amamos perto de nós porque isso nos completa, nos deixa bem e seguros. E aceitar que nos deixem é a mais difícil de todas as coisas.   
Não dizemos sempre que queremos partir antes de todos os que amamos? Isso é para evitar o nosso próprio sofrimento, nossa própria desolação e porque nos achamos incapazes de superar as perdas. Isso é o amor na sua forma egoísta.  
Aceitar um adeus definitivo é uma luta, se as perdas acontecem cedo demais ou de forma inesperada, o sentimento de desamparo é muito maior e a dor mais prolongada. É o incompreensível casando-se com o inaceitável e o tudo rasgando a alma. Estas dores poderão se acalmar  mas,  nunca se apagarão.
Porém, quando a vida chega ao final, depois de primaveras e primaveras,  outonos e mais outonos, nada mais justo que o repouso e aceitar a partida é uma forma de dizer ao outro que o amamos, apesar da falta que vai fazer.
Não podemos prender as pessoas a nós para ter a oportunidade de dizer tudo o que queremos ou fazer tudo o que podemos por elas, De qualquer forma, depois que se forem, sempre nos perguntaremos se não poderíamos ter dito ou feito algo mais, mas essas questões são inúteis.
O amor que ama integralmente não quer  ver  o outro sofrer e ele abre mão dos próprios sentimentos para que o destino se cumpra, para que a vida siga seu curso.
As dores do adeus são as mais profundas de todas. Mas elas também amenizam-se com o tempo e, um dia sem culpa, voltamos a sorrir, voltamos a abrir a janela e descobrimos novamente o arco-iris da vida.
Depois da tempestade descobrimos um dia novo e o sol brilha de maneira diferente. E talvez seja assim que aprendemos a dar valor à vida, aos que nos cercam, aprendemos a viver de forma a não ter arrependimentos e depois aproveitar ainda mais cada segundo vivido em companhia daqueles que amamos.
"Às vezes chegamos tarde demais ou cedo demais na vida de alguém"

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