
Procuramos ganhar tempo para tudo na vida. Mas, a vida quando chega ao próprio limite, despede-se e é esse último adeus que é difícil de compreender e, mais ainda, aceitar.
Possuimos um conceito errado do amor. Amar seria no seu total significado, colocar a felicidade do outro acima de tudo, mas na realidade é a nossa felicidade que levamos em consideração. Queremos os que amamos perto de nós porque isso nos completa, nos deixa bem e seguros. E aceitar que nos deixem é a mais difícil de todas as coisas.
Não dizemos sempre que queremos partir antes de todos os que amamos? Isso é para evitar o nosso próprio sofrimento, nossa própria desolação e porque nos achamos incapazes de superar as perdas. Isso é o amor na sua forma egoísta.
Aceitar um adeus definitivo é uma luta, se as perdas acontecem cedo demais ou de forma inesperada, o sentimento de desamparo é muito maior e a dor mais prolongada. É o incompreensível casando-se com o inaceitável e o tudo rasgando a alma. Estas dores poderão se acalmar mas, nunca se apagarão.
Porém, quando a vida chega ao final, depois de primaveras e primaveras, outonos e mais outonos, nada mais justo que o repouso e aceitar a partida é uma forma de dizer ao outro que o amamos, apesar da falta que vai fazer.
Não podemos prender as pessoas a nós para ter a oportunidade de dizer tudo o que queremos ou fazer tudo o que podemos por elas, De qualquer forma, depois que se forem, sempre nos perguntaremos se não poderíamos ter dito ou feito algo mais, mas essas questões são inúteis.

As dores do adeus são as mais profundas de todas. Mas elas também amenizam-se com o tempo e, um dia sem culpa, voltamos a sorrir, voltamos a abrir a janela e descobrimos novamente o arco-iris da vida.
Depois da tempestade descobrimos um dia novo e o sol brilha de maneira diferente. E talvez seja assim que aprendemos a dar valor à vida, aos que nos cercam, aprendemos a viver de forma a não ter arrependimentos e depois aproveitar ainda mais cada segundo vivido em companhia daqueles que amamos.
"Às vezes chegamos tarde demais ou cedo demais na vida de alguém"
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