O ano de 2014
será um marco para o desenvolvimento industrial da Paraíba, quando o Estado se
consolidará como polo cimenteiro operado por seis grandes fábricas, uma delas
existente há décadas em João Pessoa. Neste ano a produção já será a segunda
maior do Brasil.
A Paraíba tem história na fabricação de cimento, já abrigou a
primeira fábrica do país, construída em 1892. Agora, cinco grandes empresas
formarão o Polo Cimenteiro no Litoral Sul, elevando em 400% a produção atual.
Atualmente, a Paraíba produz 2,5 milhões toneladas de cimento por
ano. E a projeção é de que atinja 10 milhões de toneladas por ano. Este
potencial alimentará, entre outros, a cadeia de concreto e pré-moldados,
construção civil industrial e residencial, além de todo setor imobiliário.
A região litorânea foi escolhida por ter solo rico em calcário e
por sua localização estratégia no Nordeste. Os empreendimentos em execução tem
investimentos de R$ 2,3 bilhões, gerando 6.600 oportunidades de trabalho.
As construções já trazem novos ares para o desenvolvimento
econômico das cidades. No município de Alhandra, a fábrica da Elizabeth
Cimentos está com obras em andamento, bem como em Pitimbu, onde se instalará a
Brennand Cimentos.
Além dessas, a Cimpor, que já possui uma unidade em João Pessoa,
está construindo sua segunda fábrica paraibana na cidade do Conde, e o Grupo
Votorantim avança também com seu projeto na cidade de Caaporã, cidade que terá
a indústria Lafarge ampliada.
Polo cimenteiro é base para demais áreas
A formação do Polo Cimenteiro da Paraíba é parte de uma estratégia
para consolidação de um setor econômico de base que fornecerá subsídios às
demais indústrias. A diretriz de uma política de longo prazo para a atração de
empresas foi fixada com estudos de potencialidades e negociações com as grandes
empresas produtoras de cimento.
Ainda em 2011, a Paraíba realizou o 1º Fórum de Fomento da Cadeia
Produtiva do Polo Cimenteiro que discutiu assuntos relacionados à cadeia
produtiva para formação do polo setorial no Estado. O evento reuniu técnicos do
Governo, representantes de instituições ambientais, indústrias cimenteiras e
fornecedores de máquinas e equipamentos, transporte e logística.
Tradição paraibana
A
tradição da Paraíba na fabricação de cimento vem do final do século 19. Com o
crescimento da população houve um aumento também nas obras públicas e
residenciais. Assim, o Brasil precisava acompanhar essa evolução e começar a
produzir seu próprio cimento. Então, em 1888, o engenheiro Louis Felipe Alves
da Nóbrega, na Paraíba, e o comendador Antônio Proost Rodovalho, em São Paulo,
deram o início aos primeiros dois projetos de implantação de fábricas de
cimento no país.
A fábrica da Paraíba foi a primeira do Brasil, inaugurada no ano
de 1892. Porém, por razões que vão desde a deficiência técnica até as condições
econômicas adversas, a indústria só funcionou por três meses. No ano de 1933,
foi construída em João Pessoa uma nova fábrica de cimento, a oitava do país.
Desde 1999, a indústria passou a fazer parte do Grupo Cimpor e opera até os
dias de hoje.
Projeto 'Mãos dadas com o futuro'
As
cidades em que as cimenteiras estão se instalando já vivenciam os efeitos do
desenvolvimento. Em Pitimbu, a Brennand Cimentos iniciou o projeto 'Mãos Dadas
com o Futuro' para capacitação dos moradores da região em uma parceria com o
Governo do Estado, Prefeitura de Pitimbu, Federação das Indústrias da Paraíba
(Fiep), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a ong Mais
Consultoria Social.
Os jovens que tradicionalmente trabalhavam na atividade rural
passaram a se capacitar para trabalhar no meio industrial. Até a conclusão do
projeto, serão formados 900 alunos que recebem aulas voltadas à construção
civil e ao setor metal mecânico, como montador de andaimes, eletricista,
instalador hidráulico, pedreiro, servente, entre outros.
Como forma de incentivo aos estudos, os alunos também ganham uma
cesta básica por mês e, ao final do curso, recebem certificado do Senai. Em
seguida, participam de seleção para atuar na construção e operação da fábrica.
“Conhecemos o perfil, o potencial do município e, por isso, queremos que os
moradores de Pitimbu acompanhem o desenvolvimento local. Assim,
disponibilizamos infraestrutura, material didático e logística para que eles
participem e se dediquem às capacitações”, explicou o coordenador do projeto,
Francisco Carlos da Silveira.
Durante as aulas, os candidatos têm a oportunidade de conhecer uma
nova profissão e aprimorar noções de cidadania, segurança do trabalho e conhecimentos
do mercado de trabalho. Grande parte dos alunos seguia a tradição de pesca das
famílias e hoje estão inseridos no setor produtivo industrial.
Secom/PB
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