terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Secretaria da Saúde alerta sobre doenças causadas pelo sol



No ano de 2014, 59 pessoas morreram vítimas de câncer de pele na Paraíba. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o número é 34% maior que em 2013, quando foram registradas 44 mortes em decorrência da doença. Em João Pessoa, foram oito mortes em 2014 e o mesmo número em 2013.  No biênio 2014-2015, a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que sejam diagnosticados, no Estado, 60 novos casos de câncer de pele do tipo melanoma e 2.070 do tipo não melanoma. Por isso, a orientação da SES é que a população paraibana redobre a atenção. Além de câncer, a exposição excessiva ao sol pode causar danos irreversíveis à pele, além de queimaduras.

De acordo com a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde, Gerlane Carvalho, os cuidados com a saúde devem ser redobrados no verão, não apenas com  a pele, mas com a hidratação e a alimentação. “Indica-se a aplicação do filtro solar a partir dos seis meses de idade. O fotoprotetor ideal deve ter, no mínimo, FPS 15 e ser de amplo espectro, ou seja, absorver ou bloquear as duas formas de radiação ultravioleta que são lesivas para a pele, UVA e UVB”, alertou.

Gerlane Carvalho salientou ainda que a proteção deve ser feita inclusive em dias nublados. “Apesar do sol estar encoberto, 80% das radiações ultravioleta atingem a superfície da Terra. Também é preciso se proteger todos os dias com roupas apropriadas - preferencialmente feitas com algodão -, chapéu e óculos de sol. Essa atenção deve ser ainda maior, caso a pessoa tenha a pele muito sensível, branca ou que já tenha tido algum tumor de pele”, alertou.

A ingestão de água também deve ser motivo de atenção. Nos dias quentes, ocorre maior perda de líquidos e minerais devido ao aumento da temperatura corporal e à transpiração excessiva. “Deve ser aumentada, portanto, a ingestão de líquidos, como água, sucos em geral e água de coco. O ideal é não esperar que a sede apareça, já que esse já é um sinal de desidratação”, pontuou Gerlane Carvalho.

Ainda de acordo com a chefe da Núcleo, além da água para manter-se hidratado, alguns minerais e eletrólitos (sódio, potássio) são de fundamental importância – as fontes destes minerais são encontradas nas frutas e nos legumes. “As verduras, os legumes e as frutas são alimentos ricos em vitaminas, minerais, fibras e água, por isso devem ser ingeridos com frequência e variedade. Evite consumir alimentos muito gordurosos, tais como feijoada, carnes gordas e frituras, pois esses dificultam a digestão e podem provocar mal-estar”, completou.

Moradora de Campina Grande, Ana Lúcia aproveita as férias escolares em João Pessoa. Quando vai à praia, ela não descuida da saúde. “Estamos aqui relaxando, trouxemos as crianças para brincar, mas não nos esquecemos de nos proteger do sol. Como as crianças entram e saem do mar frequentemente, reaplico o protetor. Além disso, não esquecemos da hidratação com água de coco”, disse.

Porém, mesmo com toda a informação sobre os efeitos nocivos do sol, nem todos se protegem. Maristela Soares, moradora da Capital, disse nunca usar protetor solar. “Eu não venho muito à praia. Quando venho, fico tomando sol entre um banho e outro de mar e nunca passo protetor solar. Até hoje, não tive nenhum problema, por isso não fico preocupada”, afirmou.

A procura por serviços de dermatologia aumenta consideravelmente durante o verão. Segundo a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Francisca Estrela Dantas Maroja, a população está atenda aos cuidados adequados. “As pessoas já sabem que devem usar protetor solar diariamente e que não é recomendado se expor ao sol no período das 10h às 16h”, disse. “ Nesta época do ano, a procura é grande para a realização de exames para verificar alterações na pele e possíveis alergias”, acrescentou.

A dermatologista também alerta para os cuidados com a saúde das crianças e jovens. “É preciso que as crianças e jovens criem o hábito de usar o protetor solar diariamente, pois 75% da radiação acumulada durante toda a vida ocorre na faixa até os 20 anos”, explicou. A especialista ressaltou ainda que, atualmente, há roupas com fator de proteção solar à venda. “Essas peças têm um preço um pouco mais elevado, mas são uma opção disponível no mercado, destacou”.

Queimaduras – A queimadura de sol é caracterizada por uma inflamação que pode aparecer como mancha avermelhada ou mesmo bolhas no local atingido. Os sintomas são dor, queimação, ardência, pinicamento, mudança de textura da pele e, às vezes, bolhas. Os cuidados a ser tomados dependem da intensidade da queimadura, tanto em extensão quanto em profundidade. Gerlane Carvalho explica como proceder:
- Queimaduras de 1º. Grau. Quando ocorrem, causam avermelhamento (mancha escura) na pele “Hidrate bem a pele, ingerindo líquidos e aplicando cremes e loções após o banho. Use sabonetes apenas nas mãos, pés, genitais e regiões de dobras (axilas e pescoço). Não tome banhos quentes”.

- Queimaduras de 2º. Grau. Atingem a epiderme e parte da derme mais profunda. É comum que a pessoa sinta dor, tenha inchaço e que forme quase bolha ou bolha superficial. “Tenha os mesmos cuidados citados para queimaduras de 1º. Grau. Não manipule as bolhas. Procure um dermatologista, pois é importante para evitar a desidratação da pele, o aparecimento de herpes labial, infecções bacterianas, manchas e cicatrizes”
 Secom/PB

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