O Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB)
já atendeu, de 5 de dezembro a 14 deste mês, 67 ocorrências dentro da Operação
Verão. Os números dizem respeito a toda a faixa litorânea da grande João Pessoa
e incluem salvamentos aquáticos (40), atendimentos pré-hospitalar (14) e guarda
de crianças (12). A Operação Verão segue até o final de fevereiro reforçando o
número de guarda-vidas nas praias e ainda as ações preventivas em estradas e
áreas de vegetação para evitar incêndios.
Conforme o comandante do Batalhão de Busca e
Salvamento (BBS), tenente coronel Erik Oliveira, os resgates aquáticos envolvem
tanto os casos preventivos, quando a vítima é retirada do mar e apresenta um
quadro apenas de cansaço e pânico, quanto os casos que se configura o
afogamento. “Na primeira situação, se a vítima não for resgatada da água ela
pode evoluir para a fase seguinte, que é a do afogamento propriamente dito,
variando de um grau de um a seis de acordo com a gravidade”, explicou o tenente
coronel, ao acrescentar que nos 40 casos os banhistas sobreviveram.
Segundo ele, essas intervenções dos Bombeiros
foram mais recorrentes na Praia Bela, onde é registrada uma grande força da
maré, além de Pontinha de Lucena e Gramame. Nessa última, o encontro do rio com
mar, sem ondas aparentes, causa uma sensação de tranquilidade nos banhistas. No
entanto, quando a maré sobe, acompanhada de correnteza constante, muitas
pessoas que não conhecem o local não percebem e ficam em situação de perigo.
Com relação à Pontinha de Lucena, o oficial
alerta sobre o perigo de ir ‘caminhando’, sem nenhum equipamento flutuante,
para o banco de areia. “As pessoas aproveitam a maré bem rasa para entrar
caminhando, mas quando a maré sobe encobre o caminho e os banhistas perdem o
referencial, podendo acarretar o afogamento. O mesmo alerta serve para todos os
locais que possuem bancos de areia”, orientou.
A população deve ficar atenta também aos
cuidados com as crianças, que sempre precisam ser supervisionadas - ainda que
estejam no raso. Mesmo aquelas que usam equipamentos flutuantes, como boias e
coletes, precisam de acompanhamento, pois os itens podem se soltar ou furar.
“Idosos, pessoas com dificuldade de locomoção, portadoras de necessidade
especiais ou com propensão a crises convulsivas também devem estar
acompanhadas”, lembrou o tenente coronel Erik.
De acordo com ele, 60% das estatísticas
nacionais de afogamento apontam ainda ligação dos incidentes com bebida
alcóolica. “Por isso, fica claro que a combinação de álcool e banho de mar é
perigosa”, frisou. Brincadeiras do tipo trotes, saltos, simulação de afogamento
e travessias (a exemplo daqueles que utilizam embarcações como referencial)
devem ser abolidas.
“Sempre nadar paralelo à linha da praia e não
mar a adentro, além de evitar os mergulhos para não correr o risco de bater a
cabeça, sofrer alguma lesão e perder a capacidade de movimentação e nado”,
completou Erik.
Primeiros
socorros - A Operação Verão também registrou 14
atendimentos pré-hospitalares realizado em áreas de praias, por parte dos
guarda-vidas. Na maior parte dos casos, os primeiros socorros foram em
decorrências de cortes ou ferimentos, queimadura por caravelas e luxação em
virtude de queda – principalmente por pessoas que praticam atividades
esportivas. Todos os postos de
guarda-vidas são equipamentos com material para o atendimento de incidentes
leves e, quando há algo mais grave, uma ambulância é acionada para fazer o
transporte do banhista ao hospital.
Guarda de
Criança – Os cuidados com os pequenos devem ser redobrados
não só no mar, mas também nas areias. Só no período último de aproximadamente
40 dias, 12 crianças foram encontradas pelo Corpo de Bombeiros. Por vezes, os
pais que acionaram as equipes após perceber o sumiço da criança e, em outros
casos, populares foram até o posto para entregar uma criança perdida.
“Em todas as ocorrências conseguimos encontrar
os pais e não foi preciso levar a criança até o Conselho Tutelar. Orientamos
que os pais sempre coloquem uma fita simulando uma pulseira ou qualquer outro
item nas crianças, identificando-as, com nome e contato dos responsáveis”, disse
ele, citando que nos postos guarda-vidas são distribuídas pulseiras de
identificação.
Balanço –
A última Operação Verão, realizada de dezembro
de 2013 a fevereiro de 2014, registrou 214 ocorrências de praias. Do total, 144
foram salvamentos aquáticos, cinco afogamentos com óbito, 35 atendimentos
pré-hospitalares e 30 guarda de criança.
Já levando em conta todo o período de 2014, as ações somaram 584
intervenções na faixa litorânea.
Dicas
para banhistas
Como
prestar socorro
- Jogue um objeto que flutue na água em direção da pessoa
afogada. Até mesmo garrafas pet vazias podem servir, além de boias
convencionais e de cordas. Nunca deixe a vítima segurar em você, pois na hora
do pânico ela pode puxá-lo para dentro da água e ambos acabarem se afogando.
- Retire a pessoa da água pelas axilas e
deixe-a deitada de lado, paralela às águas, para evitar engasgos.
- Chame o serviço de emergência do Corpo de
Bombeiros, através do 193.
- Tire a roupa molhada da vítima para evitar
hipotermia e a aqueça com uma roupa ou toalha seca.
- Espere o socorro ou leve a vítima até o
hospital. Isso também vale para quem está consciente, pois é preciso passar
pela avaliação de um médico, técnico, bombeiro ou enfermeiro para verificar se
há água nos pulmões.
Situação
de iminente afogamento
- Não grite, pois isso aumenta o nervosismo e o
cansaço.
- O melhor para ser encontrado é levantar os
braços e acenas com as mãos.
-Nunca nade contra a correnteza, pode levá-lo rapidamente à fadiga.
- É possível nadar lateralmente ao fluxo da água, escapando da
correnteza e procurando por algo que flutue para se apoiar.
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