Os mais de 350 agricultores familiares integrantes do Assentamento
Alagamar, em Salgado de São Félix, demonstraram confiança que as ações
anunciadas pelo Governo do Estado, na manhã desta quinta-feira (22), irão
contribuir para melhorar a qualidade de vida, a partir do fortalecimento
socioeconômico e o desenvolvimento rural sustentável.
Um dos que demonstrou essa confiança foi o agricultor Expedito Francisco
Gonçalves, presidente da Cooperativa dos Agricultores de Alagamar, durante
evento da legitimação do polo local do Projeto Eco Produtivo, executado pela
Gestão Unificada Emepa/Interpa/Emater (GU), vinculada à Secretaria de Estado do
Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca (Sedap).
Com o evento do Projeto Eco Produtivo em Alagamar, a GU concluiu a
programação da legitimação do projeto composto de quatro polos, ocorrido
durante este mês, tendo começado na comunidade Bartolomeu, onde são
beneficiadas 17 famílias. Depois foi a vez da Quilombolas de Pitombeira, em
Várzea, com 65 famílias. Em Oziel Pereira, em Remígio, atenderá 50 famílias. Nestes
pólos serão atendidas diretamente 482 famílias e indiretamente um total de
2.420 pessoas, mas deverá se estender, no futuro, a outras comunidades.
Durante o evento, assim como aconteceu nos demais, foram entregues uma
moto para uso da cooperativa, uma prensa para preparar blocos multinutricionais
e uma biblioteca Arcas das Letras, com mais de 50 títulos, inclusive na ocasião
o presidente da Gestão Unificada, Nivaldo Magalhães, fez doação de livro de sua
autoria e o jornalista José Nunes, assessor de imprensa da GU, doou exemplares
da biografia de Padre Ibiapina para a comunidade.
No plano de ação a ser executado com o acompanhamento dos técnicos e
pesquisadores da Gestão Unificada e parceiros envolvidos, a comunidade receberá
mudas de frutíferas e raquetes de palma forrageira para instalação de campos de
multiplicação para, com isso, garantir ração para os animais em período de longas
estiagens. Ainda conforme o plano elaborado a partir das demandas definidas
pelos próprios agricultores, a recuperação das nascentes dos rios, o
reflorestamento, perfuração de poços artesianos, dois dessanilizadores,
cisternas e limpeza de barreiros. Também foi apresentada proposta para criação
do Museu Alagamar, onde constará toda a trajetória de luta pela conquista das
terras, que teve participação decisiva da Igreja, com a participar de dom José
Maria Pires e movimentos sociais.
O presidente da GU informou que a comunidade será contemplada com a
inseminação de 50 vacas com sêmen da genética pesquisada pela Emepa, para
melhorar o rebanho com relação à produção de leite. Disse que o Interpa está
procedendo à regularização dos títulos de posse das terras que tornará a todos
proprietários em definitivo. “O projeto busca fazer renascer a esperança nas
comunidades”, disse.
Durante o evento, aconteceu a realização da Jornada de Inclusão
Produtiva, organizada pela regional da GU-Emater, em Itabaiana, com barracas,
feira da agricultura familiar, demonstração sobre a atividade de apicultura e
artesanato. As pessoas conheceram o funcionamento do carneiro hidráulico, cuja
tecnologia reduz o consumo de água na irrigação. O Banco do Nordeste, por meio
do Agroamigo, atendeu aos agricultores. A prefeitura levou serviços de saúde.
Na região de Itabaiana, foram comercializados pelo Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA), até agora, mais de 27 toneladas de produção agrícolas,
principalmente hortaliças, com recursos da ordem de R$ 33,5 mil. Durante a
Jornada, foi entregue Nota Fiscal Eletrônica da comercialização de produtos.
Na comunidade de Alagamar, o lançamento do projeto foi coordenado pelo
presidente da GU, Nivaldo Magalhães, e contou com a participação do diretor
técnico da Emater, Vlaminck Paiva Saraiva, do coordenador de operações,
Alexandre Alfredo, o coordenador regional da GU-Emater em Itabaiana, Paulo
Emilio, e integrantes da comunidade, de secretários municipais, de
pesquisadores da Emepa, de extensionistas, de representantes de associações
comunitárias rurais e Conselhos Municipais de Desenvolvimentos Rurais
Sustentáveis (CMDRs), e parceiros envolvidos no projeto, prefeituras e
Cooperar.
Presentes ao evento, o deputado Doda de Tião, os prefeitos de Adaurio
Almeida, de Salgado de São Félix; Eduardo Caxias, de São José dos Ramos;
Antônio Carlos, de Itabaiana; e de Mogeiro, Antônio José Ferreira. E ainda Cledson
Almeida, representando a deputada Estela Bezerra.
Para definir e escolher as demandas que desejava, os agricultores se
reuniram com os técnicos da GU para compartilhar experiências e traçar suas
próprias metas de acordo com suas necessidades. Na comunidade de Alagamar
existe área de recursos hídricos com o açude da Caipora, considerado o maior da
região, que é utilizado para uso doméstico e animal.
A água para o consumo humano é captada das chuvas, armazenada em
cisternas individuais e, em período de longas estiagens, com o uso de
carro-pipa. A agricultura implantada na comunidade é a de subsistência, sendo
predominante o cultivo de milho, feijão, macaxeira e pequenas criações
(galinha, peru, caprino) e bovino. A comercialização da produção agrícola é
feita em pequenas escalas, existindo um Centro de Comercialização, cuja
estrutura foi adquirida pelo Projeto Cooperar, que será recuperado.