A Paraíba vai
encaminhar à presidente Dilma Rousseff uma carta aberta solicitando liberação
imediata da verba federal no valor de R$ 32 milhões para o enfrentamento ao
crack e outras drogas, cuja pactuação conta com a participação de outros 10
Estados brasileiros.
A decisão da elaboração da carta ocorreu
depois que o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) afirmou que o Estado
seria contemplado com recursos federais, mas logo depois comunicou que a
liberação só aconteceria após as eleições municipais.
Para elaboração do documento, foi realizada
uma reunião na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano (Sedh) nesta
sexta-feira (27) à tarde, que contou com parte dos colaboradores da construção
do Plano de Combate ao Crack e outras Drogas, coordenado pela Sedh.
Segundo a secretária da Sedh, Cida Ramos, o
apelo será feito para que no próximo dia 7 de agosto, quando serão pactuados
recursos federais para o enfrentamento ao crack no Brasil, a Paraíba também seja
incluída.
“Nós recebemos um telefonema do MDS dizendo
que a Paraíba estava incluída entre os 10 estados que receberiam dinheiro para o
enfrentamento às drogas. Depois, recebemos outro telefonema arguindo que esta
pactuação ficaria para depois das eleições. Nós queremos entender que esta
questão não pode ter interferência política”, frisou.
Luta de todos – Ela destaca que a luta pelo
combate ao crack tem o apoio do Tribunal de Justiça, Ministério Público, Igreja,
poder legislativo, comunidades terapêuticos para unir a Paraíba em defesa da
população.
“A população não pode esperar mais cinco ou
seis meses para que os recursos cheguem por conta de eleição ou por qualquer
interferência que haja neste campo. Então estamos conclamando o prefeito, os
senadores, os parlamentares paraibanos, todas às instâncias políticas para que
unam forças solicitando à presidenta Dilma que coloque a Paraíba como prioridade
no enfrentamento ao crack”, afirmou.
Cida Ramos lembra que a Paraíba foi um dos
primeiros Estados a elaborar o Plano de Enfrentamento ao Crack, que envolve
segurança, saúde, assistência e prevenção. “Não podemos perder essa juventude
para o crack. Nós estamos solicitando R$ 32 milhões para o enfrentamento ao
crack e outras drogas, além da parte do Estado, mas não podemos prescindir
destes recursos federais”, argumentou.
Para a professora da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), Socorro Vieira, que também colaborou para a construção do Plano
e participou da elaboração da carta, é difícil entender os critérios do Governo
Federal que o Plano da Paraíba que foi entregue em maio e aprovou o projeto e
agora afirmar que o Estado só poderá receber o recurso depois.
“Nossa intenção é que as ações sejam
executadas, que o problema do consumo do crack seja enfrentando e minimizado.
Uma notícia dessas de que o Plano num momento é contemplado e no outro deixa de
ser, por questões que não se tratam da consistência dele e sim questões
secundárias, é lamentável”, disse.
A professora destaca ainda que a comissão
trabalhou um ano para a construção do Plano, que teve o empenho de toda a
sociedade com propostas consistentes que beneficiarão toda a população. “Muitas
ações estão sendo executadas pelo Sistema de Segurança, os Caps, o Sistema de
Saúde, pela Assistência Social, mas é preciso reforço financeiro para que as
demais ações de fato se concretizem”, concluiu.
Fonte:
www.paraiba.pb.gov.br
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