quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

IPC da Paraíba recebe equipamento semelhante ao utilizado pelo FBI para Laboratório de DNA



O Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba recebeu mais dois equipamentos que deverão agilizar os procedimentos de exames de DNA realizados no Estado a partir de janeiro. Um dos aparelhos é o sequenciador genético ABI 3500 (Genetic Analyzer), sendo o mais avançado aparelho desse tipo existente no mundo, semelhante ao utilizado pelo FBI, nos Estados Unidos. O outro equipamento é o EZ1 Advenced XL, capaz de processar 14 amostras ao mesmo tempo e apresentar o resultado das análises em cerca de 50 minutos. Os equipamentos foram repassados para o laboratório pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Segundo a gerente do Laboratório de DNA do IPC, Carmem Leda, o equipamento mais moderno que existe no mundo é o ABI 3500 e custa em torno de R$ 400 mil. Ele foi enviado para alguns laboratórios de DNA do Brasil, com o intuito de dar mais celeridade ao processo de exames genéticos. “O sequenciador que recebemos é do modelo 3500 e possui oito capilares. De forma simples, o aparelho vai  trazer mais qualidade ao processo de exames de DNA  bem como vai agilizar o resultado, diminuindo em alguns dias a entrega de laudos”, disse.

Ainda de acordo com Carmem Leda, o sequenciador genético faz parte da última fase para a realização de um exame DNA, denominada de eletroforese. “Os dados levantados a partir de material genético passam por três processos: a extração, a ampliação e por último o eletroforese. É neste último que temos o resultado e com um equipamento de última geração, amplia as possibilidades e acentua a qualidade do teste, bem como diminui o tempo do resultado”, ressaltou.

Em relação ao equipamento EZ1 Advenced XL, a perita informou que ele dará automação na extração do DNA, sendo possível processar até 14 amostras ao mesmo tempo em cerca de 50 minutos. “Isso vai dar celeridade ao processo de investigação, sobretudo na elaboração dos laudos. Com esse equipamento será possível extrair DNA de mancha de sangue, piola de cigarro, ossos e dentes, entre outros elementos que podem ser coletados em local de crime”, destacou.

TREINAMENTO - O laboratório de DNA do Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba é considerado um dos mais completos e modernos do país. Ao todo, trabalham oito peritos no laboratório, que esta semana estão recebendo treinamento com a finalidade de manusear o equipamento EZ1 Advenced XL. Já na primeira semana de janeiro de 2015, eles serão treinados para utilizar o aparelho mais moderno do mundo, o ABI 3500, que deverá acelerar o processo de identificação e confecção de laudos periciais. 



Estudante e professora da Paaraíba estão entre os vencedores nacionais da Olimíada de Lingua Portuguesa " Escrevendo o Futuro"




A estudante Dayane de Sousa Pereira Silva e a professora Valkíria Muniz Ferreira, de Picuí (PB), estão entre os 20 vencedores nacionais da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, cuja final foi realizada hoje em Brasília.

O texto da aluna, que foi vencedora na categoria Memórias Literárias, concorreu com outros 13.849 inscritos na Olimpíada. Ao todo, mais de três milhões de estudantes participaram desta edição.

A Olimpíada é desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Fundação Itaú Social, sob a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). O programa, que este ano alcançou 5.014 municípios brasileiros, busca aprimorar a prática dos professores em sala de aula para o ensino de leitura e escrita em escolas públicas.

Participaram alunos de 5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. Os alunos de 5º e 6º anos no gênero Poema, os de 7º e 8º anos desenvolvem textos do gênero Memórias Literárias, 9º ano do ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio trabalham o gênero Crônica. Os alunos do 2º e 3º anos do Ensino Médio produzem Artigos de Opinião. Em 2014, foram realizadas cinco etapas de triagem: escolar, municipal, estadual, regional e, finalmente, a nacional.

Durante o ano, os professores das escolas participantes passaram por um processo intenso de formação. Para realizar as atividades em sala de aula, as escolas públicas de todo o país receberam a Coleção da Olimpíada, material de apoio no ensino da escrita de diferentes gêneros textuais, utilizado com os alunos no horário regular de aulas. A Olimpíada tem como tema O Lugar Onde Vivo, que proporciona aos estudantes uma reflexão sobre sua própria realidade.

Premiação: Os 20 vencedores nacionais, professores e alunos, receberão medalhas de ouro, um notebook e uma impressora. As escolas nas quais lecionam/estudam os selecionados também serão contempladas com laboratórios de informática, compostos por dez microcomputadores e uma impressora, além de um projetor multimídia, um telão para projeção e livros.


Confira o texto da estudante Dayane de Sousa Pereira Silva de Picuí (PB)

Memórias de uma maldita

Aluna: Dayane de Sousa Pereira Silva
Categoria: Memórias Literárias

Quando eu era criança, minha netinha, a vida era outra. Este lugar era muito diferente. Outra vida, outros costumes.
Ainda criança, ia poucas vezes à cidade. Naquele tempo, nós ficávamos em casa, esperando papai voltar da feira, trazendo um saquinho com umas dez balinhas de mel ou um pão-doce, cheio de coco em cima. Era a nossa festa semanal!
Eu morava num paraíso, chamado Sítio Mendes, onde a paz reinava e o sol brilhava alegre. Poluição e violência? Ali não havia... Ah! Como era bom brincar com meus cinco irmãos correndo no meio do roçado!
A gente brincava de roda, ciranda, bonecas de sabugo de milho, boi de osso...
Mas felicidade de verdade tivemos no dia em que papai, voltando da feira, nos trouxe uma bicicleta Monark, vermelha, herdada de minha tia. Mesmo sendo usada, mesmo sendo uma só para seis, foi a maior alegria! Ela precisava de alguns consertos. De tanto insistirmos, meu pai foi consertá-la e ainda a inauguramos naquela noite, contando apenas com o clarão da lua...
Nós éramos uma família grande, unida e muito feliz, pois tínhamos uma terra fértil cheia de frutas e verduras brotando por toda parte, água jorrando limpinha nos barreiros e o gado gordo nos currais. Só que essa grande felicidade acabou de repente. Tudo começou a mudar, aquele mundo verde começou a sumir, a água nos barreiros começou a faltar.

Nessa fase, uma grande seca assolava nosso município e passamos por muitas dificuldades. Quando papai e vovô chegavam com os pedaços de xiquexique, facheiro e macambira, era preciso assá-los para saciar a fome das poucas reses que ainda nos restavam. Dava até pena ver as bichinhas, olhinhos pidões, e depois observá-las mascando aquela comida improvisada, ainda quente. Tanto que escorregava um líquido viscoso de seus olhos, como se chorassem.
Que cena horrível comecei a presenciar, o gado magro morrendo! Tudo seco, sorriso no rosto não havia, pois a comida era tão pouca... Tivemos que nos unir para poder afastar os fantasmas daquela grande seca. Ainda assim, alguns moradores partiram para outras regiões do país em busca de uma vida melhor. Nossa! Tivemos que vender tudo, nossa casa, nosso chão, nossa bicicletinha!
Minha família decidiu permanecer ainda no local. Apenas nos mudamos para a zona urbana. Foi tão triste ver meus pais sofrendo e, no final, termos que sair de onde amávamos!
Viemos morar numa pequena casa de taipa – feita de barro, coberta de palha, e porta improvisada com pendões. A minha família permaneceu toda amontoada naquela casinha. Não tínhamos mais nossos brinquedos, nossa liberdade. Entretanto, ainda carregava na lembrança a imagem da nossa bicicleta, tão querida. Tivemos que deixá-la para trás, junto com todos os bons momentos que passamos lá no velho Sítio Mendes, celeiro de nossa infância.
E assim vivíamos na esperança de um dia a chuva voltar e, com ela, a nossa felicidade. Não voltamos mais a morar na zona rural. E, hoje, mesmo sem meus pais e meus irmãos, que foram cada um para um lado, só me resta contar aos meus netinhos, as histórias daquela maldita seca que levou minha felicidade e transformou nossa realidade.

(Texto baseado na entrevista feita com a senhora Maria Valdenora de Sousa, 63 anos.)

Fonte: Internet
 

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Projeto Bombeiro Mirim encerra 2014 com formação de 95 crianças



O Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBM-PB) encerrou, nesta terça-feira (16), as atividades referentes ao projeto social Bombeiro Mirim. O programa, que atende crianças carentes da faixa etária de 9 a 11 anos, formou este ano 95 alunos.  Eles participaram da solenidade que marcou o término do ano letivo 2014, no auditório da Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba (Espep), em João Pessoa.

Na ocasião, os estudantes receberam os certificados de conclusão do programa e fizeram o ‘juramento’ do Bombeiro Mirim, comprometendo-se a auxiliar qualquer pessoa que precisasse. “Eu achei muito bom o projeto, foi divertido, foi legal. Eu aprendi que ajudar as pessoas é muito importante”, comentou a estudante Kauana Ferreira, de 10 anos.

Para o secretário-executivo de Estado da Segurança e Defesa Social, Jean Nunes, o Bombeiro Mirim leva conhecimento e esperança para crianças carentes. “Nosso desejo é que o aprendizado seja repassado por essas crianças para as famílias delas, assim como para os demais colegas. É muito bom ter a oportunidade de participar de um momento como esse e ver o brilho e a esperança no olhar dessas crianças”, pontuou Jean, ao elogiar o trabalho da equipe de formadores.

O comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, coronel Jair Carneiro, destacou que o projeto tem a intenção de transmitir conhecimentos básicos de prevenção relacionados à atividade da corporação, mas também princípios de cidadania e inclusão social.  “O programa proporciona uma visão diferente para essas crianças, de que o futuro delas só depende do esforço que fizerem, que elas podem sobrepujar a situação de vulnerabilidade em que vivem e se tornar grandes profissionais e cidadãos de bem”, comentou o comandante.

Ele lembrou que o projeto Bombeiro Mirim trabalha a prevenção ao uso de drogas e à violência, além de atividades de prevenção a acidentes domésticos em geral (incêndios, afogamentos, choques elétricos, etc) e  salvamento (rapel, tirolesa). Há ainda aulas de reforço para alunos com dificuldades na escola, atividades físicas, de entretenimento e lazer. Os instrutores também dão aulas sobre a preservação do meio ambiente, incentivo à leitura e cultura geral – com visita a teatros, unidades militares e prédios de importância histórica. 

O Projeto - As atividades do Bombeiro Mirim ocorrem tanto na sede do Quartel do Comando Geral, em João Pessoa, como em ambientes externos. O Projeto acontece em parceria com a  Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Seds), com a Fundação do Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac) e a  Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp).

Nos quatro anos de existência do projeto, desde 2010, já foram atendidas 944 crianças em situação de risco, principalmente de João Pessoa. Este ano, as comunidades beneficiadas foram Ilha do Bispo, Bairro dos Novais, Cristo, Bairros dos Ipês e Mandacaru.

Secom/PB